Nosso ponto de encontro é aqui ao lado da instalação “Améfrica”, criada pela artista Denise Milan. Nós já conversamos um pouco sobre essa artista, mas gostaria de te mostrar mais de perto essa obra.
Essa instalação reúne 60 pedras que se referem à geografia brasileira e africana. A obra é composta por ametista, basalto e sodalita, também conhecida por pedra azul.
A ametista, por outro lado, é uma variação do quartzo e tem cor violeta na parte interna. De acordo com a artista, essa obra do reino mineral surge durante a movimentação das placas tectônicas, que provocou a deriva dos continentes.
Já o basalto é uma rocha ígnea e faz parte do assoalho oceânico, unindo a América do Sul e a África, e nos lembrando que essa aproximação continental é originária.
Também chamada de pedra azul, a sodalita é um cristal oriundo da África e encontrado também na América. Sua presença nesses dois continentes representa mais um ponto de união.
Essa obra nos faz refletir sobre uma história muito antiga da própria Terra e dos seus movimentos, mas também sobre os seres humanos, sua diversidade e o quanto estamos conectados.
Em 2003, quando a obra foi apresentada ao público, houve uma performance e, na internet, você pode ver e ouvir um pouco do que se passou nesse dia, existem alguns registros disponíveis na rede.
Agora quero te mostrar o Pavilhão de Vidro, e daqui mesmo onde estamos podemos vê-lo na paisagem. O edifício foi concebido inicialmente em 2006, para abrigar parte da exposição do artista indo-britânico Anish Kapoor. Em 2012, o pavilhão foi redesenhado pelo britânico Antony Gormley para abrigar uma de suas instalações, formada por 60 esculturas feitas de ferro fundido.
Desde então, muitas obras já se abrigaram nessa imensa caixa de vidro, que se destaca no jardim e provoca a curiosidade até mesmo de quem passa na avenida ao lado do CCBB.
Além das obras, esse espaço já recebeu inúmeros eventos e coquetéis.
Podemos continuar nosso percurso? Quero te mostrar o Casulo, obra do artista Darlan Rosa. Já conversamos um pouco sobre ele, e mais cedo te apresentei sua escultura esférica, situada na parte da frente do edifício. Você pode pausar o áudio até chegar lá e depois prosseguimos.
Casulo é uma obra feita pensando nas crianças, para que elas pudessem brincar e interagir, constituindo um parquinho de esculturas que dialoga com a arquitetura do edifício projetado por Oscar Niemeyer. O Casulo foi criado em 2008, com quatro obras: “Navete”, “Lagarta”, “Colmeia” e “Casulo”.
Em 2018, a paisagem ganhou mais sete trabalhos: os Bancos-Moisés, projetados especialmente para famílias com crianças pequenas. Essas novas obras são feitas com chapa perfurada de aço carbono, permitindo a ventilação e evitando a retenção da água da chuva.
À noite, as esculturas são iluminadas por luzes coloridas, que chamam a atenção para esse espaço.
Além do Casulo, Darlan Rosa possui 33 obras em Brasília, em espaços públicos ou ligados a edifícios, como na sala principal do Palácio do Itamaraty, no Ministério da Saúde e no acervo da Câmara dos Deputados. Somando as obras situadas em residências, passam de 200 na cidade – e pelo menos 35 obras estão em outros países e continentes.
Além de ser palco móvel de shows, feiras, festivais e eventos, toda a área gramada e arborizada em volta das esculturas é também um dos locais preferidos para descanso, piqueniques e comemorações realizadas pelos frequentadores do Centro Cultural Banco do Brasil aqui em Brasília, que também aproveitam esse espaço de convivência ao ar livre entre uma programação cultural e outra.
Imagem de capa: Tatiana Duarte