O Museu Banco do Brasil apresenta duas exposições de longa duração pertencentes aos acervos arquivístico e museológico do Banco do Brasil: trata-se da “Galeria de Valores” e da mostra “O Banco do Brasil e sua história”, situadas no 4º andar do edifício. Ao chegar neste pavimento, perceba as diferenças em relação aos andares que visitamos anteriormente. Repare no mármore escuro, na altura do pé direito e no grande lustre no saguão entre os elevadores.
Experimente olhar para o lustre e buscar algum elemento que você reconheça. No topo, por exemplo, encontramos uma coroa, fazendo referência ao período em que a sede do Império Colonial Português foi transferida para o Rio de Janeiro. Essa memória se conecta à exposição “O Banco do Brasil e sua História”, que veremos mais adiante. Antes de chegar lá, vamos explorar um pouco da “Galeria de Valores”.
Aqui, podemos começar refletindo sobre o que tem valor para você. Sua família, sua casa, seu trabalho? Como interpretamos o conceito de valor?
Os valores não são somente econômicos, afinal também atribuímos valores simbólicos e afetivos aos objetos que temos. No entanto, ao mergulharmos nas raízes do Banco do Brasil, podemos entender principalmente como se organizam as relações sociais de troca e comércio.
A “Galeria de Valores” conta a história do desenvolvimento da moeda ao longo do tempo. Ou seja, narra a construção das relações monetárias e econômicas no mundo, bem como suas intensas transformações.
Logo na primeira sala, a exposição nos traz um panorama geral da moeda. Repare nas representações culturais e na riqueza de detalhes que podemos encontrar em cédulas de diversos países. Observe também os diferentes formatos de moedas que já circularam pelo mundo.
Nas salas seguintes, você vai encontrar as principais moedas brasileiras e mercadorias de importante valor econômico para o país, desde o período colonial até os tempos de hoje.
A “Galeria de Valores” conta a história do desenvolvimento da moeda ao longo do tempo.
Um exemplo disso é a Peça da Coroação, moeda comemorativa da coroação de D. Pedro I, apontada como uma das mais valiosas peças da coleção numismática. Perceba que o valor atribuído a ela não tem relação com seu valor de compra, que é nulo nos dias atuais, mas sim com seu valor simbólico, tendo em vista a raridade e o importante momento histórico em que foi cunhada.
Dentro desta coleção, você pode investigar moedas e cédulas comemorativas, notas promissórias e broches decorativos. Um exemplo disso é a Peça da Coroação, moeda comemorativa da coroação de D. Pedro I, apontada como uma das mais valiosas peças da coleção numismática. Perceba que o valor atribuído a ela não tem relação com seu valor de compra, que é nulo nos dias atuais, mas sim com seu valor simbólico, tendo em vista a raridade e o importante momento histórico em que foi cunhada.
Observe que muitas representações presentes nas cédulas dialogam com a produção e a exportação do café, e também com a exploração das minas de ouro, fazendo referência a culturas que por muito tempo geraram riquezas econômicas ao país.
São apresentadas também, em detalhe, as sucessivas transições da moeda no Brasil, desde o Réis até chegarmos ao Real que usamos nos dias de hoje, incluindo algumas notas e moedas do próprio Real que já saíram de circulação.
Curiosamente, não é só o dinheiro-moeda de todas as partes do mundo que podemos encontrar, mas também outros objetos inusitados. Dentro do mesmo acervo, figuram ainda barras de chocolate, fichas telefônicas, balas e outros objetos historicamente usados como moeda de troca e de troco…
No Brasil, a prática de trocar mercadorias e serviços entre partes interessadas ficou conhecida como escambo.
Carne e pele de animais, joias, algodão, frutas raras, açúcar e sal são alguns produtos que, ao longo da história, serviram como objetos dessas trocas – e por isso estão representados na terceira sala.
A propósito, você sabe de onde vem a palavra salário? Na Roma Antiga, salário era a porção de sal periodicamente paga aos soldados. O sal era considerado um alimento divino, uma dádiva de Saluz, a deusa da saúde. Além de ajudar em processos de cicatrização, tinha importante serventia para conservar e dar sabor à comida.
Ao final, podemos refletir sobre as transformações das nossas formas de consumo no decorrer da história, estabelecendo relações entre diferentes peças da exposição. Se observarmos as mudanças desde o escambo até as notas de papel, não parece tão absurdo que vejamos, atualmente, cada vez menos o dinheiro físico, frequentemente substituído por transações virtuais.
Mas será que o dinheiro físico vai entrar em extinção?
Aqui no Museu, a memória do dinheiro físico está preservada. Com aproximadamente 2.000 peças apresentadas na Galeria de Valores, dentre os cerca de 38.000 itens de sua coleção, o acervo do Museu Banco do Brasil, hoje localizado aqui no CCBB Rio de Janeiro, é considerado uma das mais importantes coleções numismáticas do país.
Ao sair da Galeria de Valores, você encontra a exposição “O Banco do Brasil e Sua História”, onde podemos ver maquetes e fotografias que remetem a diferentes etapas do processo de construção e transformação do prédio.
A exposição de longa duração conta ainda com algumas reproduções das dependências do banco na época da transferência para Brasília em 1960, como a sala do Secretário, a sala do Presidente do banco e uma sala de reuniões. Observe os detalhes. Ao comparar as salas do Secretário e do Presidente, quais objetos se destacam? Qual das duas salas tem mais imponência?
A suntuosidade e a quantidade de elementos decorativos, como de costume, estão relacionadas às hierarquias de cada função.
Um destaque interessante: dois móveis da sala do Secretário aparentam ser cômodas de madeira, mas na realidade são cofres disfarçados. Também podemos encontrar nessas salas uma ampla coleção de documentos e objetos relacionados ao banco desde a sua fundação, como a reprodução do Alvará e Estatutos do Banco do Brasil, de 1808, e a Iconografia de D. João, assim como antigos telefones, máquinas de escrever e de calcular, máquinas registradoras, uniformes e quadros de funcionários.
Outras pistas encontradas no 4º andar integram a coleção de objetos: trata-se de livros de contabilidade e literatura, assim como de obras de arte que mostram diferentes paisagens, personalidades e momentos das histórias do Brasil e do Rio de Janeiro, sempre entrelaçadas às narrativas da instituição.
Imagem de capa: Exposição Galeria de Valores, do Museu Banco do Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (detalhe). Foto: Rafael Pereira.