Podemos, com certeza, passar muito tempo contemplando e descobrindo detalhes interessantes, como o elevador com portas pantográficas, o gradil em estilo Art Nouveau, o lindo relógio com detalhes da mitologia grega. Você notou que os balcões dos antigos caixas da agência foram adaptados e agora podem ser vistos na bilheteria e na cafeteria? E os detalhes sobre a programação do Centro Cultural Banco do Brasil: do Cinema ao Teatro, das exposições ao Programa Educativo… você pode conferir no site do CCBB.
Mas, além da programação e de tudo que já vimos, o CCBB esconde um segredo… Sim, um local antes muito secreto, onde apenas poucas pessoas podiam chegar. Você tem alguma ideia sobre o que eu estou falando?
Lembra que eu contei, quando falávamos da fachada, que esse edifício foi adquirido, reformado e ampliado pelo Banco do Brasil na década de 1920 para ser seu primeiro prédio próprio na cidade de São Paulo? Pois bem: desde aquela época até o ano de 1996, aqui funcionou uma importante agência bancária.
Mas o que seria fundamental para que o edifício funcionasse como banco durante tanto tempo?
Ou ainda, o que faria as pessoas deixarem seu dinheiro em outro lugar, que não perto delas?
Muitas respostas podem surgir dessas perguntas, mas todas têm a ver com confiança, credibilidade e segurança. Se as pessoas deixam os bancos cuidarem de seus patrimônios financeiros e materiais, nada representa melhor essa segurança do que um cofre!
Como não poderia deixar de ser, essa antiga agência do Banco do Brasil tem um cofre muito bom para a época em que foi construída. Vamos descobrir?
Para conhecer o cofre, te convido a um passeio pelo subsolo do CCBB.
Você pode chegar lá por uma escada em caracol situada perto do Café, ou ainda, se necessário, pelo elevador de portas pantográficas, que o levará direto à entrada do cofre. Nos encontramos lá embaixo.
Naquele ano de 1996, o prédio foi fechado para uma reforma coordenada pelo famoso arquiteto Luiz Telles, que já havia participado da construção e criação do Centro Cultural São Paulo, na rua Vergueiro. A proposta do arquiteto previa uma restauração que mantivesse o traçado e as ideias do projeto original, realizando apenas algumas adequações necessárias para que fosse possível funcionar aqui um centro cultural. Em outubro de 1999, foram iniciados os trabalhos para reorganizar a casa e para que, em 21 de abril de 2001, fosse inaugurado o Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo!
Chegou ao subsolo? Vamos prosseguir?
Quase toda extensão do subsolo deste edifício correspondia ao cofre do banco. Imagine que, no passado, era aqui onde se guardava desde dinheiro até documentos importantes, incluindo apólices de seguro e até mesmo jóias.
A estrutura do cofre foi pensada para ser um labirinto, justamente para dificultar o acesso de pessoas desconhecidas. Mais do que isso, a intenção desse labirinto era atrapalhar a entrada e também a fuga de possíveis invasores do prédio. Reparem, por exemplo, nas portas que estão à nossa frente.
Com peso superior a uma tonelada, estas portas do cofre são enormes e revelam uma estrutura feita de aço, bronze e outros metais. Se olharmos atentamente, podemos ver ainda que há inscrições sobre a origem dessas portas… Sim, elas vieram do outro lado do Atlântico!
Dá para imaginar a viagem e toda a logística realizada para trazer essas portas pesadas, na década de 1920, desde Paris até São Paulo?
Quais meios de transporte foram utilizados naquela época? Quem será que carregou as portas até aqui? E como foi feita a instalação?
Muitas dessas perguntas até hoje não têm respostas concretas, devido à falta de documentos históricos e registros que possam comprovar a veracidade das informações. Mas podemos, juntos, ter ideias e palpites a partir das experiências que já vivemos e principalmente da nossa imaginação.
Os bancos são instituições responsáveis por guardar os bens materiais e o patrimônio financeiro de pessoas e empresas. O Banco do Brasil foi fundado em 1808 na cidade do Rio de Janeiro e é uma importante instituição brasileira. Desde a criação do primeiro Centro Cultural Banco do Brasil, na década de 1980, ganha espaço dentro da instituição o desejo de promover e valorizar outro patrimônio fundamental para nosso país: o patrimônio cultural.
Um patrimônio amplo e diverso, que faz parte da vida de todos e reconhece que cada grupo social, comunidade e região tem seu conjunto de bens e práticas culturais.
Juntos, esses bens e práticas tornam o Brasil um país de riqueza cultural única no mundo.
Pensando nisso, deixo meu adeus e meus agradecimentos com uma pergunta: se você pudesse guardar em um cofre um determinado patrimônio cultural, o que você escolheria? Se pudesse eleger algo que seja importante para você – uma festa ou celebração, um filme ou foto, uma obra de arte ou mesmo uma paisagem – o que você preservaria para as futuras gerações?
Para saber mais sobre o Programa CCBB Educativo – Arte & Educação e as atividades propostas, é só nos seguir nas redes sociais ou no site: www.ccbbeducativo.com.
Até mais!
Imagem de capa: Acervo Banco do Brasil