
Olhando a rua, o entorno e o movimento, não podemos negar que uma das coisas que mais chama a atenção é o edifício do Banco do Brasil, onde funciona desde 2001 o Centro Cultural Banco do Brasil na cidade de São Paulo. Vamos nos afastar um pouco para olhá-lo melhor?
Com a riqueza do café, a modernização e industrialização da cidade e o surgimento de uma elite, o dinheiro começou a circular com maior frequência em São Paulo – e depois de algum tempo já não dava para guardar dinheiro debaixo do colchão, não é?!
Tornava-se, então, cada vez mais necessário o apoio de instituições financeiras a esse crescimento do Estado, seja com a guarda de títulos e bens privados ou com o fomento ao desenvolvimento. Assim, nascia em 1927 a primeira agência do Banco do Brasil em prédio próprio na capital paulista. Construído em 1901, o imóvel da Rua Álvares Penteado, esquina com a Rua da Quitanda, foi comprado pelo Banco do Brasil em 1923 e integralmente modificado e reestruturado.
O arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior foi o responsável pela reforma. Pujol criou um projeto de estilo arquitetônico eclético, que apesar de comum para a época, apresentou elementos considerados modernos para os padrões de uma agência bancária daquele momento, contando com espaços amplos, elevador, um grande cofre em todo o subsolo, sistemas de telefones e relógios elétricos comandados por uma central reguladora. Sim! Estamos falando desse lindo edifício na esquina da rua Álvares Penteado com a rua da Quitanda!
Como dissemos antes, o arquiteto responsável se inspirou no estilo eclético para reformar o prédio. Mas o que é isso? Em arquitetura, o eclético se refere à mistura de elementos de variados estilos arquitetônicos do passado, tendo como objetivo criar uma nova linguagem. Em cada projeto, eram usados elementos de vários estilos, como clássico, gótico, barroco e neoclássico, entre muitos outros. Vamos observar, agora, a fachada com atenção?
A fachada do prédio é de inspiração neoclássica, e esse estilo sempre teve muitas regras.
A simetria é uma das mais conhecidas, isto é: se você dividir a fachada ao meio, o que existe de um lado, deve existir também no outro. Outra característica é a influência da cultura greco-romana. Por exemplo: logo acima da entrada, vemos um rosto que faz referência ao Deus grego Hermes, protetor, entre outras coisas, dos mensageiros e do comércio. Quais outros detalhes podemos identificar na fachada? E que tal fotografar à sua maneira algum detalhe do edifício?
A agência bancária funcionou até 1996, quando o prédio passou por uma restauração sob o comando do arquiteto Luiz Telles. Foi assim que, exatamente no dia 21 de abril de 2011, o Centro Cultural Banco do Brasil iniciou suas atividades em São Paulo e recebeu os primeiros convidados e frequentadores em uma grande festa de inauguração.
Que tal entrarmos para descobrirmos mais um pouco sobre esse patrimônio cultural?
Imagem de capa: Bruno Senna